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19 de Abril de 2024

Ética nos tempos de inteligência artificial

Artigo da Manager Paula Belliza. Gerente Executiva Sênior da extensão de Negócios, Marketing e Operações da Microsoft Brasil, São Paulo/SP.

As mudanças provocadas pela tecnologia em nossas vidas nas últimas duas décadas são inegáveis. Dispositivos móveis e a computação em nuvem alteraram profundamente a forma como vivemos e trabalhamos. Nos tornamos mais produtivos, nos comunicamos mais, aprendemos mais, não importa a hora nem o lugar. Agora, vemos a inteligência artificial (IA) trazer para o nosso cotidiano sistemas e aplicativos que podem ver, ouvir, aprender e argumentar, abrindo novas possibilidades para melhorar a saúde, a educação e até resolver grandes desafios da humanidade, como as mudanças climáticas.

Mesmo bem-vindas, as transformações tecnológicas geram questionamentos sobre o impacto que terão em aspectos como emprego, privacidade, segurança, inclusão e justiça. No final de janeiro, a preocupação com o avanço da IA ganhou os holofotes durante o Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, Suíça.

Autoridades governamentais e empresários do mundo todo discutiram os impactos da inteligência artificial, especialmente na vida dos trabalhadores. Que empregos a IA eliminará? Que funções e cargos criará? E quando uma IA toma decisão, quem garante que ela tratará todos os humanos de forma justa, segura e confiável? A privacidade será respeitada? Como assegurar a responsabilidade dos profissionais que cuidam de sistemas cada vez mais inteligentes e poderosos?

Na Microsoft, nós assumimos a missão de democratizar a IA. Acreditamos nos benefícios proporcionados pela tecnologia e defendemos um trabalho conjunto de todos os setores da sociedade para encontrar as respostas para essas questões e criar sistemas em que as pessoas confiem.

Para expressar nossa perspectiva sobre os rumos dessa tecnologia, lançamos o livroThe Future Computed: Artificial Intelligence and its role in society (O Futuro Computadorizado: a Inteligência Artificial e seu papel na sociedade), disponível para download aqui.

Para que a lA seja confiável, parte importante do livro trata da nossa crença de que o ser humano deve estar no centro dos projetos tecnológicos e que o desenvolvimento e a implantação devem ser orientados por seis princípios éticos:

Equidade: Ao tomar decisões, os sistemas de IA devem tratar todos os humanos igualmente. Para assegurar que os sistemas sejam justos, precisamos entender como o viés, os preconceitos podem afetá-los.

Confiabilidade: Os sistemas de IA devem ser projetados com parâmetros claros e submetidos a testes rigorosos para garantir que respondam com segurança a situações imprevistas.

· Privacidade e segurança: Como outras tecnologias na nuvem, os sistemas de IA devem obedecer às leis que regulam a coleta, o uso e o armazenamento de dados e protegê-los contra roubo.

· Inclusão: As soluções de IA devem abranger experiências humanas diversas, de modo a não excluir pessoas com necessidades especiais.

Transparência: Devemos fornecer informações contextuais sobre como os sistemas de IA funcionam para que as pessoas compreendam como as decisões são tomadas e possam identificar desvios.

Responsabilidade: Os profissionais que projetam e implantam sistemas de IA devem ser responsáveis pelo funcionamento deles.

A colaboração contínua entre governos, empresários, sociedade civil e pesquisadores acadêmicos será essencial para identificar e priorizar questões de importância social, permitir novas pesquisas, compartilhar as melhores práticas e moldar políticas.

O livro também aborda as transformações que se avizinham no mercado de trabalho, outra questão importantíssima. Já tratei deste tema num artigo anterior, mas certamente este continuará sendo um tema extremamente relevante para a nossa sociedade.

Quero reforçar que é fundamental começar já. Algumas ações que podemos – e devemos – adotar: preparar os jovens, dando a eles a oportunidade de aprender ciência da computação; ajudar os trabalhadores a adquirir novas habilidades com treinamento nas empresas; criar um mercado baseado em habilidades essencialmente humanas; fornecer segurança jurídica para empregadores e empregados; desenvolver padrões para compromissos sob demanda e assegurar benefícios e segurança social aos trabalhadores.

Numa discussão tão complexa, não existem soluções simples. Nosso papel como líderes da indústria é criar clareza sobre o assunto. E nós continuaremos trazendo esses pontos de reflexão.

Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/ética-nos-tempos-de-inteligência-artificial-paula-bellizia/?trk=eml-email_feed_ecosystem_digest_01-recommended_articles-4-Unknown&midToken=AQECpRWzg3hvBg&fromEmail=fromEmail&ut=3A2WKbLVr9jU81

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